quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A CARTA

Meu coração parou por 7 dias
Ele não tinha vontade de bater
Depois que você disse aquilo
Eu não tive mais paz
Sei ser inconveniente
E sei que é para o seu bem
Mas meu anjo minhas assas abrem
Sem você nem meu coração bate
E eu me isolo
Meu bem você tem que saber
O quanto me dói sua falta
Tatiana sem você eu não durmo
Meu amor sem você não da mais
E eu me isolo
Eu sinto saudades incríveis
Olhando você todas as noites
Por que tiraram você de mim?
Por que eu não poso te ver?
E eu me isolo.

16/12/2011

Uma melancolia muito grande invade meu peito, mais uma vez essa data chegou! E a cada vez que ela vem é como se espinhos dilacerassem meu coração.
Muitos dizem para esquecer, para seguir em frente! Mas eu não consigo. Sinto sua falta e todos os dias eu penso que você ira voltar que esse pesadelo terá fim, mas em silencio eu reflito e engulo a amarga e dolorosa verdade, você não vai mais voltar, nunca mais eu vou te ver, te dizer o que eu sinto o que eu queria, ou apenas sorrir com você, nunca mais você vai me ouvir tocar e dizer que esta ótimo mesmo estando terrível, nem vai dar puxões de orelhas a cada mancada que eu der, quantas lembranças invadem minha mente, e eu me pergunto: será que eles ainda lembram-se de você? E quando for a minha vez? Será que vão levar uma coroa de flores e chorar falsamente e esquecer-se de mim em questão de horas?
Quero pensar que estou sendo duro de mais com eles, mas definitivamente eu não sinto isso. Quero dizer quantas vezes eles te visitaram? Não por obrigação, mas porque realmente se importavam? Dane-se eles! Não é por eles que eu estou escrevendo, eu só queria entender! Mas não temos tudo o que queremos talvez só o que precisamos. Sem mais

Mike Mateus

domingo, 11 de dezembro de 2011


DESENVOLVIMENTO
ABDELHAK SENNA

De Serra Leoa ao Nepal, da Colômbia à Palestina, pelo menos 21 nações usam crianças em suas guerras
COVARDIA
Meninos-soldados
Sem crianças, não se fazem guerras. São elas que limpam campos minados, entregam mensagens sob fogo, prestam favores sexuais. Se você estava preocupado com a violência dos videogames, bem, a realidade é muito pior
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Por Pedro Dória*
Revista Superinteressante - 09/2007
Em janeiro, o Tribunal Criminal Internacional (ICC, na sigla em inglês) anunciou que dará início ainda neste ano a seu primeiro julgamento. Na cadeira dos réus estará Thomas Lubanga Dyilo, 46 anos, líder da União de Patriotas Congoleses, que tomou parte na guerra civil de seu país. Seu maior crime: recrutar meninos como soldados.
Na estimativa da ong britânica Human Rights Watch, algo entre 200 mil e 300 mil crianças participam atualmente de guerras em 21 países em todo o mundo. Estão concentradas na África, onde lutam mais de 100 mil crianças, mas escapam a qualquer estereótipo.
Podem ser encontradas tão longe quanto no Nepal, nas guerrilhas maoístas, e tão perto quanto na Colômbia, onde estão em guerrilhas de esquerda e grupos paramilitares de direita.
Um menino palestino armado com bombas - em março de 2004 a Força de Defesa de Israel prendeu um suicida de 12 anos a caminho de uma missão - é considerado combatente infantil. O Exército russo pôs rapazes de 14 anos para lutar na Chechênia.
O SOLDADO MIRIM
Embora ongs batam na tecla dos meninos-soldados faz anos, o movimento internacional para terminar com a prática só começou recentemente. Em junho, o Tribunal Especial para Serra Leoa, ligado à ONU, considerou culpados 3 líderes militares.
Foi a primeira vez que uma corte internacional condenou alguém pelo crime de recrutamento infantil. As penas, ainda não anunciadas, devem ser de prisão perpétua. Os julgamentos de Lubanga - que está para começar - e de Charles Taylor, ex-ditador da Libéria, são outros indícios de que há uma mudança de postura.
Ainda este ano, o Congresso dos EUA deverá votar uma lei que proíbe o país de vender armas para nações que tenham crianças no campo de batalha. Parte da mudança de postura tem nome: Ishmael Beah.
Seu livro Muito Longe de Casa, lançado neste ano, é o primeiro testemunho para o público geral de como é ser um menino-soldado. Capturado pelo Exército de Serra Leoa aos 13 anos, Beah lutou até os 16.
Por causa de sua capacidade de expressão, foi escolhido porta-voz das crianças levadas para a guerra. Falou à Assembléia Geral da ONU, a chefes de Estado, a grupos de diplomatas com condições de interferir. Deu visibilidade ao problema. O testemunho pessoal impacta.
Na primeira vez que saiu em batalha, apavorado com um AK-47 nas mãos, Beah viu o amigo Josiah, de 11 anos, levar um tiro no rosto. Daí Beah matou sua primeira vítima, um soldado ligado às tropas antigoverno que recebeu um tiro certeiro.
Os meninos de Serra Leoa, durante a guerra civil que dividiu o país entre governo e rebeldes estimulados pela ditadura de Charles Taylor, na vizinha Libéria, viviam de fugir, famintos e apavorados, do Exército ou de seus oponentes. Para Beah, como para tantos outros, o recrutamento forçado ao menos representou o fim dessa fuga - e a possibilidade de comida todos os dias.
Não é difícil transformar crianças em máquinas de guerra. Guerras são confusas. Aldeias são invadidas repentinamente, há pânico, as pessoas fogem. Crianças se perdem de seus pais quase sempre. Ou então os vêem ser assassinados. Quando o número de civis mortos é muito alto, isso é um indício de que há mais órfãos prontos para o recrutamento.
As guerras contemporâneas são particularmente especializadas nesse quesito. Na 1ª Grande Guerra, civis representavam perto de 5% das vítimas. Na 2ª, foram 48%, inclua-se na conta vítimas do Holocausto. Atualmente, civis representam cerca de 90% das vítimas, segundo a revista The Economist.
Na prática, há cada vez mais crianças disponíveis para recrutamento. Crianças órfãs ou que se perderam dos pais são como bichos acuados. Integradas a um grupo armado, sentem-se protegidas.
Além de comida, há um ambiente de camaradagem e fidelidade. Uma nova família - daí a crueldade do processo. Crianças envolvem-se emocionalmente. No caso de Beah, os meninos eram contemplados com uma dieta de pólvora misturada com cocaína para animá-los ao combate e cigarros de maconha para esfriar depois.